Cantor faleceu em um acidente de carro em 2002 e teve seu registro de óbito realizado no Registro Civil de Pessoas Naturais de Seropédica – 2º Ofício de Justiça
“Nosso sonho não vai terminaaar, desse jeito que você faz”… Quem não lembra desse hit com certeza não teve o privilégio de conhecer uma das duplas musicais mais famosas do Brasil. Lenda do funk romântico, o ritmo de Claudinho & Bochecha passeava por batidas originais, letras leves e que sempre celebravam amor, carinho, encontros e desencontros.
A dupla se conheceu ainda na infância, no bairro onde moravam em São Gonçalo, região da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Foi lá mesmo, em 1992, que os dois deram os primeiros passos na carreira participando de um concurso de Rap, no Clube Mauá. Se eles venceram? Sim, com o Rap da Bandeira Branca. Mais tarde, depois de três anos, a dupla ganhou mais um festival, dessa vez com o Rap do Salgueiro, que fazia menção a uma das maiores favelas cariocas e que virou febre entre as rádios da cidade. A dupla estourou e em 1995 já lançava seu primeiro disco que vendeu mais de um milhão de cópias, seguindo já para uma turnê internacional.
Claudio Rodrigues Mattos e Claucirlei Jovêncio de Souza não se desgrudaram até o trágico acidente que vitimou Claudinho em 2002. Foram seis álbuns lançados, doze hits, EPs e compilações realizadas. Na história do dueto, um prêmio revelação do VMB da MTV conquistado no mesmo ano de lançamento do primeiro disco. Até hoje, as coreografias de músicas como ‘’Conquista” e o tradicional “Oh Yes” parte de quase todas as letras são lembradas com carinho pelos fãs que acompanharam o fenômeno do funk romântico na década de 1990.
A dupla também marcou gerações ao regravar sucessos de Lulu Santos, como “Tempos Modernos”, “Uma Noite e Meia”, de Marina Lima, e “Lilás”, de Djavan. E o mesmo aconteceu com eles. Bandas como Kid Abelha, Ivete Sangalo e até Adriana Calcanhoto regravaram sucessos da dupla dando inenarráveis baladas ao ritmo dos meninos que vieram do subúrbio para falar de romantismo e alegrar o povo da favela.
O sucesso da dupla era incontestável e não havia dúvidas de que muito mais ainda estava para acontecer. Só não se sabia que o sucesso não seria mais da dupla em tão pouco tempo. Em 2002, retornando da cidade de Lorena, interior de São Paulo, onde fizeram o último show da turnê do sexto disco, um acidente de carro tirou a vida de Claudinho. O cantor vinha no seu próprio carro acompanhado do motorista, um modelo Golf que Claudinho tinha acabado de comprar, praticamente a realização de um sonho, segundo ele depôs em entrevistas que deu na época.
O restante da equipe vinha logo atrás em uma van. Próximo a cidade de Seropédica, na descida da Serra das Araras, o acidente aconteceu. O carro com o cantor e o motorista, Ivan Crespo Manzieri, que sobreviveu, bateu em uma árvore, danificando quase que totalmente o lado do carona, onde o cantor estava. Ali, dois grandes maiores amigos se separavam para sempre.
O caso repercutiu no Brasil todo, chocando toda uma geração que se encantava a cada aparição da dupla, fosse na televisão ou em shows que faziam pelo país. Muitos desdobramentos vieram da apuração do acidente. Dez anos depois, em 2012, a concessionária que administrava a rodovia foi condenada a pagar uma indenização à esposa de Claudinho, devido às más condições em que a rodovia se encontrava. O motorista também foi processado pela viúva.
O óbito de Claudinho foi registrado no Registro Civil de Pessoas Naturais de Seropédica – 2º Ofício de Justiça, cidade onde ocorreu o acidente e o óbito foi registrado.
Alguns anos após a morte do cantor, Buchecha retomou a carreira e segue em carreira solo até os dias de hoje. Em uma entrevista recente, Buchecha confidenciou com carinho uma memória que tinha do amigo da época em que nem imaginavam que conquistariam tanto sucesso, lá antes da primeira participação em um concurso.
Buchecha comentou que Claudinho insistiu inúmeras vezes em formar dupla com ele, mas o cantor sempre se esquivava e tentava participar dos eventos sozinho, por achar que Claudinho cantava mal. Até que surgiu mais uma oportunidade entre tantas que surgiam para a dupla já predestinada a fazer sucesso, e Buchecha se rendeu às insistências do amigo e lhe deu uma chance. De lá pra cá não se desgrudaram mais.
O que Buchecha não imaginava é que uma situação repentina e trágica separaria os dois tão cedo, e Claudinho morreria tão precocemente aos 26 anos de idade.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Arpen/RJ