Nilo Peçanha foi um destacado político brasileiro, nascido em 2 de outubro de 1867, em Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro. Filho de Manuel Peçanha e Joaquina Anália de Sá Freire Peçanha, Nilo foi o segundo presidente do Brasil de origem afro-brasileira, assumindo o cargo em um contexto de significativas transformações políticas e sociais no país.
Nilo Peçanha iniciou sua educação em sua cidade natal, transferindo-se posteriormente para a então capital do estado, onde frequentou o Colégio Pedro II. Demonstrando desde cedo grande interesse pela política e pelas questões sociais, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, formando-se em 1887. Ao retornar ao Rio de Janeiro, iniciou sua carreira na advocacia e, pouco depois, ingressou na política, sendo eleito deputado estadual pelo Partido Republicano Fluminense.
Sua trajetória política foi marcada por uma rápida ascensão. Em 1891, foi eleito deputado federal e, em 1903, tornou-se presidente do estado do Rio de Janeiro. Durante seu mandato, dedicou-se a modernizar a infraestrutura do estado e a implementar políticas de desenvolvimento econômico e social.
Nilo Peçanha assumiu a Presidência da República em 14 de junho de 1909, após a morte do então presidente Afonso Pena. Sua gestão, que se estendeu até 15 de novembro de 1910, foi caracterizada por esforços de pacificação política e por medidas para modernizar a administração pública.
Durante seu curto período na presidência, Nilo Peçanha destacou-se por promover a educação e a instrução pública. Criou o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), precursor da atual Fundação Nacional do Índio (FUNAI), e fundou escolas técnicas agrícolas e comerciais, visando à formação profissional e à inclusão social.
Após deixar a presidência, Nilo continuou sua carreira política, sendo eleito senador em 1912 e vice-presidente da República em 1921. Foi um dos fundadores do Partido Republicano Progressista, que buscava um caminho alternativo à política oligárquica dominante na época.
Nilo Peçanha faleceu em 31 de março de 1924, na Casa de Saúde São Sebastião, no bairro do Catete. Seu óbito foi registrado no 4º Registro Civil de Pessoas Naturais, no cartório Catete, sob o livro C-87, folha 20, termo 282. Ele sofria de doença de Chagas e faleceu de colapso cardíaco em decorrência da enfermidade, aos 56 anos. O corpo do ex-presidente está sepultado no cemitério São João Batista, em Botafogo.
Sua vida e obra são lembradas pela dedicação ao serviço público e pelas reformas que implementou, sempre buscando o desenvolvimento e a modernização do Brasil. Seu legado é especialmente notável nas áreas da educação e dos direitos dos povos indígenas, aspectos que continuam a influenciar as políticas públicas do país até hoje.
Nilo nasceu na cidade de Campos dos Goytacazes em 1864. À época, ainda não existiam os cartórios, que só foram instalados na cidade em 1889. Estima-se que o registro de nascimento do ex-presidente encontra-se na igreja católica da cidade.
Curiosidades
Em pesquisa para esta matéria sobre Nilo Peçanha, diversas matérias foram encontradas entre elas a matéria publicada pelo jornal Correio do Povo, em 1924, data em que o ex-presidente faleceu.
A coluna do jornal chamada “Diversas” reportou em nota que naquele mês de março houve um grande número de falecimentos na capital.
Abaixo a íntegra do conteúdo:
DIVERSAS
A mortalidade no mez de março — Durante o mez de março, nesta capital, registraram-se 326 obitos.
Óbitos — Hontem, deram-se nesta capital 11 obitos, sendo 7 de adultos e 4 de creanças. Os attestados de obitos dizem: angina do peito, 1; debilidade, 1; arterio sclerose, 1; senilidade, 1; nascidos mortos, 3; tuberculose, 2; meningite, 1; infecção intestinal, 1.
Hospital da Santa Casa — Movimento de hontem do hospital da Santa Casa desta capital: existiam, 466 enfermos: entraram, 19, sairam, 22, ficaram recolhidos, 463.
Fonte: Assessoria de comunicação – Arpen/RJ com informações do Correio do Povo